terça-feira, 4 de maio de 2010

2º Bimestre: Os primeiros habitantes de um lugar que se chamaria Brasil.


Ondas migratórias para a América


O povoamento do continente americano é um enigma a ser decifrado para a compreensão da evolução de nossa espécie, chamada pelos cientistas de Homo sapiens. Ao deixar a África, onde surgiu aproximadamente entre 200 mil e 100 mil anos, o homem primitivo deu início à sua dispersão territorial e colonizou novos continentes, adaptando-se a novas regiões de clima e recursos naturais variados. Num movimento cuja direção levou ao estreito de Bering, a porta de entrada das Américas, nossos ancestrais deixaram vestígios nos lugares por onde passaram e fixaram residência. Esses locais, conhecidos como sítios arqueológicos foram encontrados em maior número na Europa, Ásia e Oceania do que na América do Norte, Central e do Sul que também são mais recentes. Essa lacuna na história do desenvolvimento humano há muito tempo mobiliza arqueólogos, lingüistas, antropólogos físicos e sociais, biólogos e geólogos, que procuram conhecer a origem, as características e quando e como chegou à América a nossa espécie.




Rotas de migração


Nos últimos anos, a multiplicação das descobertas tem delineado um quadro cada vez mais complexo. No Chile, no México e no Brasil encontram-se importantes vestígios e sítios arqueológicos, que talvez indiquem uma presença do homem na América bem anterior à que se admite atualmente. No Brasil, por exemplo, a antropóloga Niède Guidon procura provar à comunidade científica internacional que os vestígios encontrados em São Raimundo Nonato, no Piauí, são indicações de presença humana que teria ocorrido entre 40 e 48 mil anos atrás. Tudo isso ultrapassa em muito os 12 mil anos atribuídos aos restos humanos encontrados no sítio de Lagoa Santa, em Minas Gerais, considerados os mais antigos do Brasil.




As glaciações


As glaciações são fenômenos climáticos que ocorreram ao longo da história de nosso planeta. Como o próprio nome sugere é um período de frio intenso quando a temperatura média da Terra baixou, provocando o aumento das geleiras nos pólos e um grande acúmulo de gelo nas zonas montanhosas próximo às regiões de neves eternas (que nunca derretem). Atualmente as geleiras ocupam 10 % da área total do planeta e a maioria está localizada nas regiões polares como a Antártica e a Groenlândia, mas nem sempre foi assim. Nos períodos glaciais o gelo cobria cerca de 32 % da terra e 30 % dos oceanos. As glaciações provocaram grandes mudanças no relevo continental e no nível do mar. Quando a temperatura global diminuiu ocorreu como conseqüência o aumento das geleiras ou seja, as baixas temperaturas provocaram o congelamento da água nos pólos aumentando a quantidade de gelo nas calotas polares. Outra conseqüência deste processo foi que a formação das geleiras não ficou mais restrita às regiões polares. A neve e o gelo foram se acumulando nas zonas montanhosas próximas aos picos ano após ano até que seu próprio peso, juntamente com a força da gravidade fizeram com que se deslocassem lentamente provocando grandes alterações de relevo no caminho por onde passam, formando profundos vales em forma de U. Esta massa de gelo e neve são os glaciares que foram deslizando lentamente até alcançar zonas mais quentes quando foram se derretendo e formando a cabeceira de um rio ou dando origem aos lagos glaciais. Outra conseqüência foi o rebaixamento do nível dos mares devido à retenção de água nos pólos. O mar se afastou da linha da costa, das praias, por exemplo, expondo grandes extensões de terra e ligando ilhas e continentes entre si. Entre os períodos glaciais há os períodos interglaciais em que a temperatura da Terra se elevou. O período em que vivemos nada mais é do que um Interglacial.